segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

AEROPORTO REGIONAL DE VILA OLIVA


FACULDADE DE ARQUITETURA - UFRGS

Autora: acad. Camila Canazaro

Ano: 2012/2

Disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso

Professores Orientador: Júlio Celso Borello Vargas

Localização do Projeto: Caxias do Sul, RS


Área de Intervenção:


perímetro urbano do município de Caxias do Sul
O sistema de transporte aéreo brasileiro vem sofrendo significativas transformações nas últimas décadas. Com o aumento da demanda de passageiros, os aeroportos brasileiros estão na lista dos mais lotados do mundo, tendo, nos últimos 8 anos, um aumento de 116% na demanda dos terminais de
passageiros. O poder público está fazendo grandes investimentos na área de transportes. É meta do
governo federal construir 80 novos terminais regionais até 2014, atendendo em proporção maior a
população e descentralizando o fluxo dos terminais centrais já superlotados. O estado do Rio Grande do Sul está incluído nestes planos de auxílio do governo federal e já possui diretrizes avançadas para novos aeroportos regionais no estado. O Departamento Aeroportuário do Rio Grande do Sul (DAP) vem trabalhando intensamente nos últimos anos, realizando estudos para a implementação de novos aeroportos em curto prazo, um na região serrana e outro na metropolitana. Os estudos feitos pelo DAP para a escolha da nova área para a Região Serrana apontam o distrito
de Vila Oliva em Caxias do Sul como a melhor localização para abrigar o sítio do novo aeroporto, que atenderá não só a cidade, mas toda região nordeste do estado.




terreno de intervenção
O sítio para o futuro Aeroporto Regional possui uma área de 440 hectares suficiente para instalação da infraestrutura dos terminais de passageiros e cargas e se situa no distrito de Vila Oliva, ao leste do centro de Caxias do Sul.  O local foi escolhido após diversos estudos de viabilidade realizados pelo Departamento de Aviação Civil do RS (DAP). Dentre os fatores decisivos na escolha destaca-se a boa topografia do local - uma das poucas áreas relativamente planas da região, o tipo do solo e a possibilidade e construção da pista com a orientação correta. Além disso, foi levada em conta a boa acessibilidade do terreno em relação à cidade de Caxias do Sul, estando distante 34 km do centro do município. O terreno pode ser acessado atualmente através da RS 453 (Rota do Sol) seguindo à estrada local de Vila Oliva, em um percurso recentemente asfaltado e em ótimas condições.




imagens do terreno
(fonte: acervo particular)
A característica rural e a posição mais afastada em relação ao núcleo urbano foi parte de uma decisão estratégica, pois elimina possíveis conflitos com edificações e usos existentes e reduz de forma considerável custos e procedimentos de desapropriação, agilizando o processo e permitindo maior liberdade para a implementação da infraestrutura em sua melhor configuração. Sua densidade de ocupação baixa é ideal para sítios aeroportuários, estando compatível com a ASA, Zona de Proteção do Aeroporto e de Zoneamento de Ruído.



O PROGRAMA:

 


O programa do Aeroporto Regional de Vila Oliva, de uma visão geral, é composto pelo Lado Ar (Pátio de Aeronaves, Pistas de pouso e decolagem, Pistas de Taxi), Edificação (TPS-Terminal de Passageiros e Edificações de Apoio)  e Lado Terra (Sistema viário de acesso e Estacionamento de Veículos). 


Foi dimensionado para atender a demanda de 730 mil passageiros por ano, contabilizando cerca de 580 passageiros no horário de pico. O pátio de aeronaves comporta até 10 aeronaves, e o TPS funciona de modo a atender 2 aeronaves simultâneas na pista. O dimensionamento do TPS foi feito segundo os padrões IATA, adequando o projeto ao Nível B de conforto (alto nível de serviço; condições de fluxo estável; poucos atrasos; alto nível de conforto). Para tal, foram utilizadas as maiores aeronaves para dimensionamento, como B767-200 (290 passageiros) e A300 (270 passageiros).







O PROJETO:

O edifício é feito por uma seqüência de vigas treliçadas, constituídas de três grandes arcos, os quais formam as 3 grandes zonas do aeroporto: Saguão Principal, Embarque e Desembarque. Busquei sempre dar uma maior clareza ao fluxo dos passageiros, levando isso a concepção dessas 3 grandes áreas. 





vista aérea do Terminal de Passageiros e da TWR


acesso principal do TPS


pátio de aeronaves

saguão principal 

saguão de desembarque - área de lojas e cafés

vista do saguão principal do mezanino


ESQUEMA ESTRUTURAL:

conjunto de arcos tubulares treliçados

união dos arcos treliçados por treliças espaciais

cobertura de telhas metálicas calandradas
com isolamento térmico

forro de madeira fixados nas treliças espaciais

forro e telha metálica fixados nas
treliças espaciais

distância do foro e telha suficiente para
locação do sistema de ar condicionado 

claraboias com sistema de recolhimento
de águas pluviais por dentro dos arcos treliçados

vista geral de meio módulo estrutural



ESCOLA MODELO DE ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO MELVIN JONES

FACULDADE DE ARQUITETURA - UFRGS

Autores: acad. Adriano Pilger & acad. Camila Canazaro

Ano: 2012/1

Disciplina: Projeto Arquitetônico VII 

Professores: Júlio Cruz e Silvia Morel

Localização do Projeto: Caxias do Sul, RS



O Projeto:


A Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul em convênio com a disciplina de projeto arquitetônico 7 da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS - propõe o lançamento de um projeto modelo de escola politécnica de ensino médio a ser implementado em todo o estado.

planta de situação
   
As escolas atenderão até 1.000 alunos do ensino médio, em três turnos, baseando-se em um novo modelo de ensino que visa aproximar o conteúdo escolar ao cotidiano do aluno, trazendo o ensino para o “mundo real”.



O projeto deverá não só constituir um local para ensino do conteúdo, mas sim oferecer qualidade espacial, identidade visual e conforto ambiental, caracterizando um ambiente fértil para o aprendizado dos alunos e um ponto de referência para a comunidade. 





esquemas setoriais

“Os edifícios estarão bem adequados se, desde o princípio, se tem em conta o clima do lugar em que se constrói, porque não há dúvida de que devem ser distintos os edifícios que se fazem no Egito dos que se fazem em Roma”. 
 Vitrúvio










ESTRATÉGIAS:

1. CLIMA:

estratégias quanto ao conforto térmico
Reconhecer as condições climáticas do sítio onde o projeto se localiza é fator imprescindível para a concepção de ambientes que garantam o conforto térmico de seus futuros usuários.



A posição geográfica do estado do Rio Grande do Sul permite tirar partido da variação da inclinação de incidência solar entre os meses de verão e inverno, de modo a permitir a irradiação durante os meses frios - onde o sol está mais "baixo" - e bloqueá-la nos quentes - onde o sol está mais "alto".



As grandes variações térmicas atmosféricas da região fazem com que a utilização da inércia térmica do solo seja algo desejável. Estudos demonstram que a variação de temperatura descresce exponencialmente com a profundidade do solo. Assim, a troca de calor com o mesmo - seja para absorção ou expulsão - pode trazer grandes benefícios para a manutenção do conforto térmico quando aliada a uma ventilação adequada.


esquemas de inércia térmica nos módulos
das salas de aula


2. IDENTIDADE VISUAL x IDENTIDADE INDIVIDUAL:


Muito além do local onde os mestres ensinam e os mais jovens aprendem, a escola é o ambiente onde os estudantes experimentam, vivem e convivem. Para isso, deve ser projetada para que permita o desenvolvimento de cidadãos plenos e estimular a criação de comunidades unidas e integradas.


acesso a escola Melvin Jones

vista do terraço verde sobre os módulos de sala de aula




3. SALAS DE AULA ESPECÍFICAS PARA CADA DISCIPLINA


sala de português
O sistema tradicional de ensino público brasileiro atribui a cada turma de alunos sua própria sala de aula. A troca de professores entre salas consitui um obstáculo ao ensino, pois impõe ao profissional a utilização de recursos didáticos presentes em cada ambiente ou de material que possa ser transportado com facilidade.



sala de espanhol
Atribuir salas de aula específicas a disciplinas, ao invés de turmas, garante aos professores liberdade para criar ambientes condizentes com o tema abordado em aula e equipar estes ambientes com materiais e recursos didáticos apropriados, trazendo benefícios significativos ao aprendizado.







4. SALAS MODULARES:


O projeto propõe dois tipos de salas modulares que podem atender a inúmeras configurações espaciais. Isso permite ao administrador escolher a combinação de módulos mais adequada às necessidades da escola e ao professor a apropriação do ambiente, equipando-o conforme seu uso.

O primeiro módulo constitui uma sala de aula com um ambiente, sendo dotada de ventilação cruzada subterrânea, iluminação natural dotada de prateleira de luz e clarabóia fosca de modo a proteger os alunos da incidência solar direta.

corte perspectivado da sala de dois módulos
O segundo módulo constitui uma sala de aula com dois ambientes, sendo dotada das mesmas características do módulo mais simples em adição a um espaço com pé-direito mais baixo, que permite a criação de um ambiente diferenciado, podendo ser utilizado para leitura, descanço, armazenamento de material ou alguma outra atividade distinta do ambiente principal.




5. PASSO-A-PASSO CONSTRUTIVO:





6. PERSPECTIVAS GERAIS:


ginásio poliesportivo
refeitório localizado no setor coletivo
vista corredor das salas de aula
vista do corredor térreo do setor coletivo








PERFIL

Arquiteta e Urbanista, graduei-me pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) no ano de 2012.

No campo acadêmico, participei junto ao acadêmico Adriano Pilger, do Concurso de Idéias promovido pela FA  - UFRGS juntamente com a Secretaria de Educação do RS, com o projeto para a Escola de Ensino Médio Politécncio Melvin Jones. O projeto que ganhou Menção Honrosa no Concurso realizado no Palácio Piratini, também foi indicado para o Prêmio Aroztegui do ARQUISUR no ano de 2012. 


Participei da pesquisa “Desempenho urbano e morfologia arquitetônica: Relações entre predominância tipológica e a vitalidade social e microeconômica em cidades brasileiras”, desenvolvida pelo Prof. Me. Júlio Celso Vargas, no ano de 2012, realizada na FA - UFRGS e LASTRAN (Escola de Engenharia), onde realizei as atividades de contagens de pedestres, levantamento de características tipo-morfológicas e atividades de edificações, desenho, montagem e preparação de bases cartográficas, digitação, ajuste e conferência de dados do trabalho de campo.


Pratiquei e adquiri conhecimentos em diversos escritórios de arquitetura durante todo o período do curso. 


Obtive conhecimentos mais aprofundados em projetos de iluminação, estagiando em lojas como Luzes do Mundo e Vértice Iluminação. 


Iniciei meu contato com arquitetura comercial na Diógenes Arquitetos, onde desenvolvia lojas da Vivo e Postos Ipiranga. 


Trabalhei com graficação e desenvolvimento de projetos residenciais e comerciais em diversos escritórios, como Neves e Baldauf Arquitetos, Cintia Aguiar Arquitetura e Cris Pacheco Arquitetura e Interiores. 


Pratiquei a execução e acompanhamento de obras, controle orçamentário e compra de materiais no período em que estagiei na Trino Design e Arquitetura, desenvolvendo projetos residenciais e comerciais.